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Luís Osório escreve mensagem arrebatadora a Sérgio Conceição: “Do outro lado não acreditavam no que estavam a ouvir”

quando percebe que pode ajudar, que pode aliviar o sofrimento de alguém.

No final da semana passada foi divulgada a notícia de que ele, mais uma vez, ajudara jogadores em dificuldades.

Ouvimos falar da história.

Um clube de Portalegre fundado este ano por dois irresponsáveis entrou em falência quase antes de começar.

Mais de vinte futebolistas comprometeram-se com a loucura dos donos do clube, um deles o Conguito que apresenta programas de televisão e rádio. Prometeram-lhes isto e aquilo e formou-se um plantel.

Não sei se terão recebido um euro que fosse, sei que ficaram com uma mão à frente e outra atrás, desamparados, sem possibilidade de comunicar com as pessoas que lhes sopraram o mundo, entregues a si próprios.

Não receberam salários.

Começaram a ter problemas em ter dinheiro para comer, para pagar a casa, para sobreviver.

3.
O Sérgio ouviu falar do assunto.

Telefonou ao Edinho que chegou a ser internacional pela seleção portuguesa; o Edinho era uma das trutas que o Conguito apresentara como prova de ambição.

E no final da semana passada, como aliás já fizera durante a pandemia com vários jogadores em dificuldade, Sérgio Conceição mandou entregar em cada uma das casas um verdadeiro supermercado. Um carregamento de compras que daria para encher três despensas e um frigorífico.

Telefonou a seguir.
Perguntou se precisavam de mais alguma coisa, se se tinha esquecido de alguma coisa importante.

Do outro lado não acreditavam no que estavam a ouvir.
Que não, estava tudo, que não tinham palavras.

4.
Alguns dirão que Sérgio tem muito dinheiro.

Mas como já aqui disse há uns tempos, é um argumento de caca para não usar uma outra palavra que possa apanhar alguma criança no carro a ouvir-me.

Porque a maioria dos que têm muito dinheiro não estão para se chatear.

Sabemos que Sérgio teve uma vida difícil, uma infância dura, passou por dificuldades, em muitas noites foi para a cama de barriga vazia.

Mas a maioria das pessoas assim, quando ganha na vida, prefere esquecer o passado e seguir em frente.

Não, o que se trata é de caráter.
De humanidade.
De respeito pelo que é, pelo seu passado.
De reconhecimento do sofrimento também.

E isso é admirável, distintivo e mais importante do que qualquer crítica que se lhe possa fazer.

Muito mais importante”.

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