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Conhecida a sentença para os assassinos da pequena Jéssica

Foi finalmente revelado o julgamento do caso Jéssica Biscaia, a menina de três anos, assassinada em junho de 2022. O Tribunal de Setúbal atribuiu pena máxima de 25 anos de prisão a quatro dos cinco arguidos do homicídio da menina.

Apenas Eduardo Montes, o filho da alegada ama da criança foi acusado e agora absolvido. Os outros quatro arguidos foram condenados à pena máxima da legislação portuguesa.

Ana Pinto, a suposta ama, onde a menina tinha ficado e onde teria sido espancada brutalmente, o marido, Justo Montes, e a filha do casal, Esmeralda Montes, foram condenados a 25 anos de prisão, por homicídio qualificado.

Também Inês Sanches, a mãe da menina, foi condenada a igual pena, neste caso, por homicídio qualificado por omissão.

Os três agressores, por terem espancado até à morte e, eventualmente, por não terem feito nada para evitar tal desfecho, e a mãe da menina por ter deixado lá a criança, ciente do perigo e por saber o que estava a acontecer e nada ter feito para salvar a vida da filha, foram condenados à pena máxima da Justiça em Portugal.

O crime que chocou todo o país conheceu agora a sentença final, com esta pena máxima para os acusados. “Quantas vezes podiam bater mais na menina para atingir o patamar da pena máxima prevista pelo homicídio qualificado, o patamar do horror. Jéssica levou pancada até morrer, foi agredida, picada da cabeça à planta dos pés e foram-lhe arrancados cabelos já moribunda”, disse o juiz Pedro Godinho, que chegou a bater com a mão na mesa, para exemplificar os mais de 150 golpes que a menina de três anos sofreu na casa de Ana Pinto, entre os dias 14 e 19 de junho do ano passado.

A menina tinha mais de uma centena de hematomas por todo o corpo, foi atingida com um produto abrasivo na cara que lhe removeu por completo a pele do nariz e buço, tinha peladas na cabeça, fruto de puxões pelos arguidos quando já estava moribunda, foi abanada até à morte e atirada contra a parede.

Não se sabe, ao certo, quem provocou qual agressão, mas é também certo que nenhum dos três fez nada para o evitar, dividindo culpas. “Tinham todos o dever de cuidar da menina que lhes foi entregue por qualquer que fosse a razão e conformaram-se com as agressões que esta sofreu e que aconteceu quando estavam lá”, disse o juiz.

Sobre Inês, o Tribunal provou que esta chegou a visitar a filha, viu-a em convulsões na casa dos agressores, mas continuou com a sua vida. “Foi em jeito de corrida a casa dos arguidos, mas voltou 29 minutos depois em passo normal, viu a menina moribunda e foi ao karaoke com o namorado”, contou o juiz.

Só no dia seguinte é que a foi buscar, já em estado crítico, e, mesmo aí, em vez de a levar ao hospital, ou pedir ajuda, levou-a para casa e deitou-a na cama por mais cinco horas de agonia. “É difícil compreender o motivo pelo qual não a levou ao hospital, talvez para não perder a Jéssica, se morresse morria, mas era sua”, concluiu o juiz, a justificar também pena máxima para esta mãe.

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